Maratona das Gerais: será que sempre melhora?
A quarta maratona foi conquistada com muito suor, calor e subidas em 3h21m08s, na acidentada Belo Horizonte, 17 minutos a menos do que o resultado obtido em Florianópolis no ano passado
Não escondo de ninguém que tenho um objetivo com a corrida: fazer uma maratona por ano. Nós nos inscrevemos (eu nos 42 kms e a Fer nos 21) antes da virada do ano na Maratona das Gerais, em Belo Horizonte. Era uma prova nova, barata (quase um terço do valor da São Silvestre deste ano) e em uma cidade que eu não conhecia. Para quem segue o nosso perfil no instagram, o @nomadescorredores e o @bomdedica, sabe que gostamos de viajar e sempre inserir uma corrida no roteiro. Dessa vez, a corrida foi a razão da viagem.
Na chegada, na sexta-feira pré-prova, percebemos que não seria brincadeira. Apesar de conhecermos a altimetria, as subidas da região central de Belo Horizonte deram um frio na barriga. Quando fomos buscar o kit, seguimos de metrô em boa parte do trecho pelo qual a prova passaria: sim, as subidas eram longas e constantes. Será que daria para fazer as 3h20 sonhadas? Lembrando quemeu recorde era de 3h38, em Florianópolis.
A Maratona
Seguimos para a Cidade Administrativa de BH com o ônibus/metrô fornecido pela organização, e a largada ocorreu pontualmente às 6h30. Sabia que o trecho da prova mais pesado seria os 21 kms iniciais. Mesmo assim consegui manter um ritmo de 4’35/4’40 por km, fechando a meia maratona para 1h38. O combinado com o meu treinador seria manter o ritmo entre 4’40 e 4’55. No meu planejamento, no segundo trecho, por ser mais plano, eu teria pernas para forçar entre 4’20 e 4’30 até o fim.
Assim o fiz até o km 37, quando aquele leve incômodo na panturrilha esquerda, que já vinha me acompanhando desde o km 25 aproximadamente, se tornou uma daquelas fisgadas de cãibra. Toda maratona tem um momento decisivo e este foi o meu: optei por ser conservador e não deixar a cãibra estourar de vez. Acelerava quando podia e reduzia o ritmo quando sentia que a situação apertava. Meu medo era: se tivesse que parar para alongar, perderia 2/3 minutos preciosos.
Saldo final: fechei a prova em 3h21m08s. Ainda conseguiencontrar a Fer para chegarmos juntos– um momento único para toda a minha vida. Ao todo, foram 643 metros de elevação em toda a prova: a título de comparação, aAmazing Runs Graciosa (meia maratona que sobe a Serra da Graciosa)teve uma variação de 908 metros – dados do meu Strava.
Ou seja, considerando a dificuldade da prova, não posso nem pensar em ficar chateado com esse 1 minuto acima do que havia projetado. Tenho convicção de que, em uma prova mais plana, meu tempo seria próximo das 3h15. Um puta orgulho, de verdade. E que venha Porto Alegre, em 2020!
O caminho até a Maratona das Gerais
– 1.479 kms rodados entre janeiro e 15/08;
– Média de 197,5 quilômetros por mês;
– O pico de treino foi em junho (devido à concentração de 5 treinos longos) de 255,6 kms;
– De janeiro a março, treinava 3x na semana; a partir de abril, foram 4x na semana (além de fortalecimento com pilates e funcional);
Sobre a Maratona das Gerais
Para quem quer fugir do circuito mais tradicional de maratonas, é uma prova diferente. Ela não ocorreu em um período de dez anos, até ser reativada, no ano passado. Neste ano, em sua segunda edição, ela teve pontos altos e baixos:
Pontos altos
– Valor (R$ 75)
– Percurso (apesar de duro, é uma prova bonita de se correr)
– Fugir do circuito tradicional de provas brasileiras
– Kit com bom custo-benefício para o valor investido
– Transporte até o local de largada (apesar da falta de informação ele funcionou direito)
– Facilidade em conversar com a organização
Pontos baixos
– Hidratação (só tinha um posto de isotônico para os 42 e nenhum para a meia. Apesar de eu ter pego gel em dois pontos, a Fer não recebeu em nenhum)
– Falta de apoio e divulgação na cidade (poucas pessoas na rua, muita gente sem conhecimento sobre a prova)
– Problemas na retirada do kit (mais de 1h30 de espera)